27 de set. 2007

Anem per feina. Entrevista a Francisco González Ledesma, escriptor

Ens ha visitat l'escriptor Francisco González Ledesma que a principis de setembre va rebre el I Premi Internacional de novel·la negra RBA, el més important del gènere a nivell mundial.

Ràdio Sabadell, 27 de setembre de 2007

21 de set. 2007

Os mistérios de Barcelona

Adelto Gonçalves

Em Março, Barcelona surpreendeu-se com o lançamento do romance La ciudad sin tiempo, de Enrique Moriel. Em poucos meses, o livro vendeu cerca de 60 mil exemplares. E quem era Enrique Moriel? Na sobrecapa do livro, a editora informava que Moriel havia nascido no século passado em Barcelona e era autor de reconhecida trajetória, que havia cultivado os mais diversos géneros literários. E que, a exemplo do protagonista de La ciudad sin tiempo, havia preferido ocultar sua verdadeira identidade, mas que, à diferença daquele, não pretendia fazê-lo indefinidamente. Logo, os meios culturais da cidade descobriram que se tratava de um veterano escritor disfarçado atrás de um pseudónimo. Francisco González Ledesma (1927) era esse escritor, um jornalista que começara a escrever romances de Far West para Editorial Bruguera com o pseudónimo Silver Kane ainda na década de 40, para custear seus estudos de Direito. E que havia construído uma respeitável carreira literária ligada ao gênero policial, ou melhor, ao "romance negro", à boa maneira norte-americana, dividindo a preferência entre os amantes do género com Manuel Vázquez Montalbán (1939-2003) e Eduardo Mendoza (1943).
A exemplo de Montalbán com seu detective privado Pepe Carvalho e Mendoza com o seu detective-louco, Ledesma criou o comissário Ricardo Méndez, protagonista de seis de seus romances negros, policial capaz de usar apenas o tirocínio para desvendar crimes aparentemente insolúveis ou grandes falcatruas no mundo das altas finanças. Acostumado a escrever de um jacto desde jovem, quando para cumprir um exíguo prazo de uma semana ou pouco mais ajudava a editora a aproveitar a sofreguidão com que os leitores espanhóis do final da década de 40 acorriam às bancas de revistas e livrarias em busca daqueles livrinhos de bolso, Ledesma nem por isso sacrificou a qualidade literária. Tanto que, aos 21 anos de idade, ganhou o Premio Internacional de Novela com Sombras viejas. Formado em Direito, dedicou-se primeiro à advocacia, mas, depois, optou mesmo pelo jornalismo, dando vazão à sua vocação. Trabalhou em jornais como o Correo Catalán e, em seguida, no tradicional diário La Vanguardia, onde ficou por 25 anos e chegou a redactor-chefe. Ambas as profissões acabaram por lhe proporcionar um conhecimento profundo de Barcelona, de seus segredos, suas personagens, suas ruas, edifícios, seus políticos e seu mundo empresarial.
Em 1977, publicou Los napoleones, romance que fora proibido pela censura do regime do general Francisco Franco Bahamonde (1892-1975). E, à época de transição do franquismo para a democracia, quando a Espanha não deixou de flertar com o retrocesso político, ganhou em 1984 o Prémio Planeta com Crónica sentimental en rojo, em que Méndez aparece como protagonista.Tendo o comissário ainda como personagem principal, escreveu mais cinco romances: Expediente Barcelona (1983), Las calles de nuestros padres (1984), La dama de Cachemira (1986), Historia de Dios en una esquina (1991) e El pecado o algo parecido (2002), além de Historia de mis calles (2006). Expediente Barcelona foi traduzido para o francês e publicado pela famosa Editora Gallimard, de Paris, conquistando um êxito na França considerado mais estrondoso do que aquele que registrara na Espanha. Com um currículo desses, obviamente, Ledesma não tinha por que se esconder atrás de um pseudónimo. Mas, por alguma razão, deixou que o editor inventasse Enrique Moriel como autor de La ciudad sin tiempo, talvez por uma questão de marketing - o que, de certo modo, foi uma opção vitoriosa porque ajudou a chamar mais atenção para o livro - ou por que não queria que sua nova obra fosse confundida com o género policial. Até porque La ciudad sin tiempo, embora tenha traços de "romance negro" e trate de uma investigação que começa a partir da misteriosa morte de Guillermo Clavé, destacado prócer da sociedade barcelonesa actual, vai muito além dos limites em que, habitualmente, os críticos enquadram o género.
Seja o que for, a verdade é que Ledesma aprovou o pseudónimo, artifício a que, a rigor, já estava bastante acostumado, diga-se de passagem. O seu novo romance também remete o leitor para essa época, pois diz que concebeu a sua trama há mais de trinta anos, quando escrevia novelas de aventuras proibidas pela censura. De facto, o romance trai um pouco o gosto desse tempo, quando o realismo mágico começou a se formar como género literário, alcançando o ápice em 1967 com o lançamento de Cem anos de solidão, do colombiano Gabriel García Márquez (1928). Afinal, em La ciudad sin tiempo, o que o leitor vai encontrar é a história de um vampiro que, como tal, não morre nunca e, por isso, conhece a fundo os mistérios que cercam Barcelona desde os tempos medievais, suas personagens duvidosas, os segredos de seu submundo, os cafés, os prostíbulos, os políticos e até os verdugos. Em resumo, conta a história de Marta Vives, jovem ajudante do advogado Marcos Solana, que, habituado a defender os interesses das famílias mais ricas da cidade, trabalha no esclarecimento da morte de Clavé.
Durante a investigação, Marta não apenas lida com forças ocultas e que têm muito a ver com o sinistro, como acaba por se envolver numa luta de séculos que a sua família mantém com outra estirpe muito antiga da cidade, os Masdéu. Ao seu encontro, para ajudá-la a desvendar o crime, irá o vampiro, na verdade, um inquietante narrador surgido da Barcelona medieval, perseguido pela Inquisição, cujo rosto sempre aparece em momentos decisivos da história da cidade. Com esse artifício literário, portanto, Moriel (ou Ledesma) consegue reescrever, praticamente, toda a história de Barcelona. Marta e este espírito maldito vão seguir, em capítulos intercalados e marcados por uma mudança de fonte na letra que facilita a vida do leitor, por uma fascinante busca, em meio a luzes e sombras, em que se discute uma questão que atormenta a Humanidade há séculos: que provas há de que no combate entre o Bem e o Mal, entre Deus e o Diabo, ganhou o primeiro? Afinal, basta abrir as páginas do jornal desta manhã para se encontrar provas abundantes que indicam exactamente o contrário daquilo que as religiões pregam por séculos.Nascido num prostíbulo, filho de uma prostituta, o vampiro segue uma trajectória clássica na literatura espanhola, que remonta à segunda metade do século XVI e a primeira do XVII, a época de Lazarillo de Tormes, Guzmán de Alfarache e de El Buscón. Não por acaso, como Lázaro, o vampiro também vira ajudante de um sacerdote que perdeu a fé e exerce muitos outros ofícios, inclusive, o de ajudante de verdugo à época da Inquisição. Mas transmuta-se em várias personagens ao longo dos anos por uma questão muito simples: um vampiro nunca envelhece, mantêm sempre a mesma cara, como descobre, intrigado, o advogado Solana, que se espanta com um rosto que se mostra invariavelmente o mesmo, em épocas distintas, ainda que assumindo outras personalidades. Escrito em linguagem vibrante, que, praticamente, impede o leitor de saltar páginas em busca do desenlace da trama, La ciudad sin tiempo é também um hino de amor e ódio a Barcelona, pois resgata várias das personagens que construíram a cidade, inclusive, o arquitecto Antoni Gaudí (1852-1926), construtor da ainda inacabada igreja da Sagrada Família - hoje ameaçada na sua estrutura por obras de um túnel subterrâneo para o comboio de alta velocidade –, que aparece como fornecedor do rico antiquário Masdéu. Para o vampiro, Gaudí diz algumas frases antológicas, que merecem registro, ainda que em tradução: "Já não tenho amores - disse-me -, perdi os amigos e nem tenho nem poderei ter filhos. Mas desaparecerei e tudo isso não significará nada. Imagino, em compensação, o que deve ser a eternidade, vendo morrer tudo o que se amou: as sucessivas mulheres, os sucessivos filhos, os artistas que admirei e deram sentido a minha vida, as casas que guardam as minhas recordações... Ver tudo isso convertido em cinza. Essa é a sua desgraça, amigo. (...) Creia-me, a morte é piedosa porque não deixa ver os horrores da vida, nem os horrores de nossa própria obra. A imortalidade é o pior castigo que se nos podem impor, e me compadeço de Deus porque também a sofre". "(...) Não sei se Deus está satisfeito com sua própria obra. Crê que a deu por terminada alguma vez?" Por aqui se vê que esta é obra que merece ser traduzida para o português o mais rápido possível. Afinal, se estiver certa a previsão de José Saramago (1922) de que, em breve, iremos todos os luso-falantes viver num país chamado Grande Ibéria, a nossa Meca literária será, então, Barcelona.

(La Ciudad Sin Tiempo, de Enriquel Moriel. Barcelona: Ediciones Destino, 2007, 459 págs., 20 euros. www.edestino.es)

Literatura sem fronteira, 21 setembro 2007

12 de set. 2007

González Ledesma ganador del "I Premio Internacional de Novela Negra RBA"

Reunido en el Hotel Juan Carlos I en Barcelona el jurado del I Premio Internacional de Novela Negra RBA integrado por Lorenzo Silva, Soledad Puértolas, Suso de Toro, Antonio Lozano y Anik Lapointe, acuerdó conceder el I Premio Internacional de Novela Negra RBA, con una dotación de 125.000 euros, a la obra "Una novela de Barrio", presentada bajo el pseudónimo Paco Miralles y que correspondía al escritor Francisco González Ledesma. El acto tuvo lugar en los jardines del Hotel Juan Carlos I en Barcelona, donde asistieron políticos como Pascual Maragall, Xavier Trias, Josep Bargallo, etc. Escritores como Alfredo Bryce Echenique, Carmen Riera, Xavier Bru de Sala, Antonio Martin, Jonathan Little, Ismael Prados y un largo etc. así como personajes sociales como Rosa Clara, Peter Aedo, Roser Marce, Dolly Fontana, Balala Puig, Oriol Regas, Francina Diaz, Leopoldo Pomes, Carmen Matamala, etc.
"Una novela de barrio" es, en síntesis, una historia de venganza. Dos ladrones atracan un banco en los años setenta y, en su huida, matan a un rehén, un niño de corta edad. La novela empieza cuando, en la actualidad, y con Barcelona como escenario, uno de los atracadores muere asesinado. El que queda vivo, sabiéndose el siguiente, tratará de adelantarse y matar a quien, sin duda, debe ser el vengador: David Miralles, el padre del niño muerto durante el atraco al banco. La intervención de un singular policía, Méndez, medio jubilado y bastante poco ortodoxo, será decisiva para resolver el caso.
Al igual que Méndez, el alma de toda una serie de novelas que el público y la crítica ya conocen bien, Barcelona es aquí un personaje: una ciudad alejada de la postal turística y cultural, habitada por la nostalgia de unos tiempos en que los barrios eran barrios, destruida por la especulación del suelo e invadida por inmigrantes, una ciudad en vías de perder sus señas de identidad. Es allí donde Méndez adquiere los rasgos del héroe a su pesar, del filósofo que sabe que no tiene futuro, y que su mundo, el único mundo que él conoce, está condenado, quizá por fortuna, a desaparecer.
Su autor, Francisco González Ledesma, nace en Barcelona, en 1927. Empieza a escribir a los doce años, y a los quince a vivir de la escritura de cómics y novelas del Oeste. Acaba los estudios de Derecho en 1950, entra como pasante en un conocido despacho barcelonés, sigue escribiendo y comienza a estudiar periodismo. A los 21 años gana el Premio Internacional de Novela otorgado por un jurado entre el que se cuentan Somerset Maugham y Walter Starkie, aunque la novela no se publica en España porque la censura franquista tacha al autor de ‘pornógrafo’ y ‘rojo’. Su segunda novela, Los Napoleones no se publica hasta 1977, acabada la dictadura.
Cuando entra en vigor la nueva Ley de Prensa, González Ledesma abandona definitivamente el Derecho para dedicarse al Periodismo. Se inicia en El correo catalán, y acabará siendo redactor jefe de La Vanguardia. En 1983 resulta finalista del Premio Blasco Ibáñez con Expediente Barcelona, la primera de sus novelas en las que aparece el Inspector Méndez. En 1984 obtiene el Premio Planeta con Crónica sentimental en rojo.
Su novela Expediente Barcelona fue traducida y publicada por la prestigiosa editorial francesa Gallimard, y le supuso un prestigio y un éxito editorial en Francia muy superior al que goza en España. En dos ocasiones ha obtenido el premio Mystère a la mejor novela extranjera publicada en Francia. Bajo pseudónimo (Enrique Moriel) ha escrito recientemente La ciudad sin tiempo.

Informativos.net
, 12 de septiembre de 2007

11 de set. 2007

Francisco González Ledesma, escriptor, guanyador premi RBA de novel·la negra

Jordi Duran

COM Ràdio, Un altre món, 11 de setembre de 2007

http://www.comradio.com/flash/reproductor/reproductor.asp?kin_audio=36531

Moriel

Diego Medrano

Lleva Enrique Moriel vendidos cien mil ejemplares de su excelente novela 'La ciudad sin límites' (Destino). Pero Enrique Moriel no existe, tan sólo comporta el valiente pseudónimo de Francisco González Ledesma, quien, en el colmo de la gracia y perversidad, quiso cambiarse el nombre, prostituirlo por otro, ya que temía profundamente el lugar en el que se colocaría su libro en cualquier librería una vez sabido que era él. Esto indica mucho de su ego (inexistente) y de una astucia (forjada en la calle) que hacen de este golfo septuagenario un escritor de cojones. Pero los pseudónimos no son nuevos para Ledesma, ni mucho menos, en la posguerra firmó cerca de cuatrocientas novelas (en su mayoría del oeste) con otro apodo: Silver Kane. Alguien con oficio excesivo, mucho temple, sabedor de las miserias del oficio y los pasos exactos que conviene dar dentro del mismo.
Criado en los barrios pobres, siempre con mucho pueblo al fondo de sus obras, sonrisas ladeadas de meretrices y mujeres que esperan a sus maridos en los portales el día de la paga para hacer la compra del mes, Ledesma o Moriel (qué mas da si es un genio) ha conseguido innumerables premios, todos reconocidísimos y de gran altura sentimental: Premio Planeta, Premio Pepe Carvalho, etc. El último, sí, hace unos días: Premio Internacional de Novela Negra RBA (125.000 euros, el mejor dotado del mundo en dicho género). La literatura de Ledesma es apasionante: mucho crimen, mucha marginalidad, todo absolutamente verosímil.
No fuerza como Mankell, sino que es más sutil, mucho más verdadero, es la literatura de quien lleva setenta años de su vida en el portal de su casa con los ojos en vilo y la sonrisa gaseada por el vino de turno. Marsé y Montalbán fueron sus grandes amigos, sus defensores a ultranza. Llega el gran momento en España de Ledesma, o Moriel, o Dios Bendito, y debemos enterarnos de una puta vez. Yo recomendaría el acercamiento al Ledesma de la modernidad por este orden: 'Cinco mujeres y media' (Planeta), 'Tiempo de venganza' (Planeta), 'El pecado o algo parecido' (Planeta), 'La ciudad sin tiempo' (Destino) e 'Historia de mis calles' (Planeta). Que no falte este último, es su vida.

El Comercio
, 11 de septiembre de 2007

De novela negra

Anton M. Espadaler

La noche del pasado jueves se celebró en los jardines del hotel Juan Carlos I la fiesta en la que se otorgó el I Premio Internacional de novela negra RBA, que debe ser el mejor dotado del mundo en su género, 125.000 euros, y que recayó, como todos ustedes ya saben, en la obra titulada Una novela de barrio, de Francisco González Ledesma. Estos jardines, situados en una parte en que la zona de la Diagonal se convierte en tierra de nadie, evocan con sus palmeras de postal todo el tópico del parloteo caribeño. Y en ese decorado, el autor recordó, en una rueda de prensa presidida por su palabra cordial y trufada de ironía, los materiales con los que había construido la obra premiada, y a uno lo bajaron del cocotero en un santiamén: el Poble Sec, cuya antigua personalidad va desapareciendo, los recuerdos ...

La Vanguardia, 11 de septiembre de 2007

10 de set. 2007

'El pecado o algo parecido', de González Ledesma. Méndez, impagable Méndez

Herme Cerezo

Un hombre muerto en un banco, en donde le han abandonado unas prostitutas; dos sacerdotes que después introducen el cadáver en una furgoneta y se lo llevan: ¿a dónde, para qué y, sobre todo, por qué? Estas son las premisas en las que González Ledesma asienta el comienzo de ‘El pecado o algo parecido’. ¿Se puede pedir más? ¿Se puede provocar al lector de novela negra de un modo más atractivo? La respuesta, para mí, está clara: no.
En esto y en muchas otras cosas, Francisco González Ledesma es un maestro, un experto. Por los callejones perdidos de la novela negra le llaman el "jefe de la banda". Motivos sobran, razones también. No cabe duda que, a González Ledesma, cuando la administración franquista le forzó a escribir con seudónimo – si no lo hubiera hecho así no hubieran tenido qué comer ni él ni su familia –, le causó un enorme perjuicio, frustrándole su verdadera imagen de escritor al obligarle a crear un alias, un "otro yo", Silver Kane, con el que concibió más de 400 novelas del Oeste. Sin embargo, como todo en esta vida – o casi todo – aquello tuvo su lado positivo, cruel pero positivo, y este peregrinaje forzoso por los subterráneos del anonimato le proporcionó una sólida base como escritor, eso que llaman oficio, que pocos plumíferos de este país poseen. Escribir para comer, ¡manda huevos!
Pero no acabó ahí la cosa. Se ve que González Ledesma le cogió gusto a eso de rebautizarse, de sinonimearse (perdón por la cutrez) y así, recientemente, ha recuperado otro sosias suyo, Enrique Curiel, con el que durante el pasado día de Sant Jordi vendió un porrón de ejemplares de la novela ‘La ciudad sin tiempo’. Habrá que echarle un tiento para conocer este nuevo desdoblamiento de su personalidad literaria, cuyo protagonista es el mismo de su primera obra ‘Sombras viejas’, aquella por la cual la "Inquisición" obligó al escritor barcelonés a vestirse de Silver Kane durante mucho tiempo, durante muchas hojas, durante muchas novelitas de Bruguera.
González Ledesma ha conseguido un estilo propio e inconfundible, donde el amontonamiento de situaciones sobreviene como un alud imparable y el género negro se mezcla con un humor amargo y negro también que, incluso en situaciones verdaderamente trágicas, provoca un rictus cómico, una sonrisa nada forzosa, natural aunque amarga. Pero a don Francisco, tampoco le tiembla el pulso para poner nerviosos a sus lectores. Les aseguro que, en determinados pasajes de la novela que les hablo hoy, ‘El pecado o algo parecido’, la piel se eriza, los pelos mutan en escarpias y un escalofrío cinematográfico, nos recorre desde el occipucio hasta la última falange de nuestros pies. Incluso podría decir que este escalofrío se prolonga un poco más allá.
‘El pecado o algo parecido’ maneja la estructura habitual de los libros de González Ledesma: las relaciones entre la alta sociedad (millonarios, banqueros, inmobiliarias) y la baja (prostitutas, de cama mugrienta y tálamo de postín, navajeros, inmigrantes de dudoso pedigrí, chulos de puta, asesinos). Y en medio, Méndez, ese personaje único, ese policía al que nadie quiere, al que todos apartan porque incordia a unos y a otros, pero que siempre resulta necesario y cuyos puntos de vista provocan en el lector un aluvión se sensaciones. Méndez molesta porque busca la verdad y, sobre todo, porque no teme enfrentarse con ella, por muy desagradable que pueda resultar. Y si no, que se lo pregunten a Pons, su superior: "Y ahora, Méndez, no crea que porque ha descubierto un crimen lo va a investigar usted. De modo que olvídelo todo, déjenos en paz y váyase a la mierda".
A Méndez, los cadáveres y su pestilencia no le incomodan. Al contrario, lo que le afecta, lo que le produce melancolía, decepción y ansias de justicia son las maniobras que diseñan cerebros privilegiados para que aparezcan esos cadáveres que antes no eran tales, sino seres vivos con existencia propia. Y en esta ocasión, en este simulacro de pecado, en palabras del propio González Ledesma, al bueno de Méndez, al probo de Méndez, al íntegro de Méndez, al desaprovechado de Méndez, el autor barcelonés lo marea a su gusto moviéndolo por territorios que el policía no domina: Madrid y París. Claro que, Méndez, es un todoterreno y termina sacándole partido a cualquier situación y descubriendo que Barcelona, su hábitat natural, no es tan distinta a aquellas dos ciudades, si exceptuamos el puerto y el mar y lo que ello conlleva. Sin duda, todos los núcleos urbanos tienen cosas en común: ambientes de podredumbre y de riqueza, rincones románticos y desagradables, esquinas traicioneras y buscavidas, policías honrados y corruptos. No importa el lugar, la vida es igual en todas partes.
Por su resolución, ‘El pecado o algo parecido’, es un juego de volantines, una suerte de sorpresas que el escritor del Poble Sec depara el lector. Sorpresas inagotables, y que sólo terminan porque se acaban las páginas del libro. Son sorpresas lógicas, si se examinan una vez completada la lectura de la novela. Pero mientras el libro está en nuestras manos, sometiéndonos a la mera condición de cautivos de González Ledesma, no se imaginan, no se ven. Ésa es la gran habilidad de don Francisco: cómo oculta lo evidente, como lo hace invisible, como pone la venda en los ojos del lector para que siga leyendo sin mover el culo (la palabra que más utiliza en esta novela sin duda y, probablemente, en toda su obra) del asiento.
‘El pecado o algo parecido’ se vende ahora en bolsillo. Por fin, parece que paulatinamente las obras de González Ledesma van apareciendo, reeditándose y, encima, en versión de bolsillo, a precio asequible y con buen tamaño de letra (sí, mis improbables lectores, ya sé que soy obsesivo con este asunto, pero es que me gusta que las gafas me duren algún tiempo, porque valen una pasta, y que mis ojos cumplan su cometido la mayor cantidad de años posible). Invertir unos días o unas horas en la lectura de esta novela, de este pecado - depende de la velocidad y capacidad de cada lector - es una inversión de lo más rentable. No lo duden.
Bien y mientras ultimo esta reseña, mi colega y, sin embargo, amigo, colaborador del Diario del Siglo XXI, Rafa Esteve Casanova, me envía un esemese donde me anuncia que González Ledesma es el ganador del Premio Internacional de Novela Negra RBA, con su obra ‘Una novela de barrio’ y ello me congratula y me llena de satisfacción. En primer lugar y, sobre todo, por Francisco González Ledesma. A veces, sólo a veces, la vida devuelve una parte de lo que nos quitó tiempo atrás. Así que este galardón, unido a los otros que ya ha ido acumulando, ojalá le sirva para borrar de su memoria los sinsabores de tiempos pasados. En segundo lugar, porque en noviembre tendremos en la calle una nueva peripecia de Méndez, protagonista como no de ‘Una novela de barrio’. Y en tercer y último lugar, porque desde que leí su ‘Expediente Barcelona’ ("Señorita Esther Jou") y, sobre todo, ‘Cinco mujeres y media’ ("Cuando tenía cinco años ya aprendí que la verdadera vida se ve desde las habitaciones de atrás"), comprendí que en este escritor había mucho y muy bueno, hasta tal punto que es uno de mis refugios más seguros cuando no me apetece leer nada.
Recuperar una novela de González Ledesma es una garantía de calidad, de emociones y de género policial de primer orden.
Recuperar una novela de González Ledesma, es recuperar las ganas de leer. Sí, de leer, como suena.
¡ENHORABUENA, DON FRANCISCO!
____________________
‘El pecado o algo parecido’, de Francisco González Ledesma. Editorial Planeta, Col. Bolsillo, año 2007. Precio: 8,50 euros. 423 páginas.

Siglo XXI
, 10 de septiembre de 2007

9 de set. 2007

Barcelona es una novela negra

Rafa Esteve-Casanova

Todas las grandes ciudades tienen o han tenido alguien que escriba de sus miserias, también de sus grandezas y, por encima de todo, de sus realidades. Barcelona no podía ser una excepción y a lo largo de los años han sido muchos los escritores que, a lo largo de las páginas de sus libros, nos han mostrado su especial visión de la ciudad en la que viven el día a día cotidiano. En los últimos años Juan Marsé, que empezó con aquel “Pijoaparte” que en “Últimas tardes con Teresa” bajaba desde los suburbios de la ciudad para seducir a una jovencita burguesa y revolucionaria, el llorado Vázquez Montalbán y su detective de gallego apellido que quemaba libros para alimentar la chimenea de su vivienda en las faldas del Tibidabo, Eduardo Mendoza que nos mostró en “La ciudad de los prodigios” como comenzó la expansión de esta ciudad y el auge tramposo de su burguesía han ido dando vida a una ciudad a la que muchos, como yo, fuimos amando antes de fijar en ella la residencia definitiva. Todo ello sin olvidar a Ignacio Agustí que en su saga de la familia Rius nos mostró aquella sociedad que acudía a los palcos del Gran Teatro del Liceo no a escuchar a Wagner o Mozart sino a presumir de joyas, queridas y excelente posición social.
Pero con la desaparición de una legislación que encorsetaba a los escritores una nueva voz se une a los escritores barceloneses que a través de su obra van mostrándonos su especial amor y apego a su ciudad. Francisco González Ledesma y su inspector Ricardo Méndez nos han hecho recorrer las estrechas calles del viejo Barrio Chino de Barcelona, hoy conocidas como El Raval, y la pluma de este abogado devenido en escritor y periodista nos ha llevado a conocer a esos personajes entrañables cuya vida suele transcurrir entre las callejas de los suburbios. González Ledesma, nacido en el Poble Sec como Serrat y con quien, de tanto en tanto, habla de los tiempos desaparecidos, ahora, naturalmente, ya no habita en esa parte de la ciudad, sus premios y su trabajo como novelista le han permitido pagar la hipoteca que le ha llevado a vivir en la parte más residencial de Barcelona pero, en más de una ocasión, sigue callejeando por los lugares en los que creció y en los que sus personajes toman vida. Su personaje predilecto, el inspector Méndez, cuando ahora llega a la plaza donde está situado El Molino es muy difícil que escuche hablar en catalán, allá se encuentra con unos “pakis”, algún que otro “moro”, unos jóvenes de color y alguna que otra chica latina de culo prieto que van a bailar a algún local cercano donde la mezcolanza de razas es la seña de identidad.
Y, los afortunados lectores de González Ledesma, vamos a poder seguir disfrutando con las aventuras de Méndez, ese inspector de policía anómalo que ve cómo el despliegue de los “mossos d’esquadra” le ha ido quitando protagonismo al tiempo que las putas de su juventud mendigan por las esquinas de los nuevos espacios creados en el ahora llamado Raval. Méndez vuelve a cabalgar con la concesión a su padre y autor, Francisco González Ledesma, del I Premio Internacional de Novela Negra RBA dotado con la suculenta cantidad de 125.000 euros por la obra “Una novela de barrio”.
El pasado día 6 de Septiembre y en el incomparable marco de los jardines del Hotel Juan Carlos I de Barcelona el jurado formado por Soledad Puértolas, Suso de Toro, Lorenzo Silva, Antonio Lozano y Anik Lapointe decidió que, entre las 180 obras presentadas, la mejor era la novela de González Ledesma haciendo con ello justicia a un escritor que comenzó hace muchos años escribiendo semanalmente una novela de las llamadas “del oeste” con el seudónimo de Silver Kane ya que la censura franquista no permitía la publicación de sus otras obras. En los libros del escritor aparece siempre Barcelona, una ciudad que, a su decir, es “madre y madrastra”, con aquellos pequeños cines de barrio, con las vecinas de escalera que tenían que prostituirse para llegar a fin de mes, o con los niños que, como los de Marsé, tienen como diversión, todavía no había televisión, el contarse “aventis”.
A la alegría de ver que se premiaba a un buen hombre y mejor escritor se unió la de poder estar presente en un evento de esta categoría y en un ambiente excepcional en el que un magnifico grupo musical iba desgranando piezas del mejor jazz mientras los asistentes, muchos y escogidos, daban cuenta de una excelente cena mientras comentaban la oportunidad que había tenido el jurado al poder premiar la obra de un escritor barcelonés en esta primera edición del premio.
Las nuevas generaciones de lectores en España no han sido, hasta la fecha, unos grandes lectores de novela negra tal vez por falta de referencias o por considerarla un genero menor pero cada día son más los nuevos lectores que se apuntan a buscar entre los anaqueles de las librerías este tipo de obras que, al tiempo que hacen pasar un buen rato, suelen dar a conocer una parte de la ciudad en la que transcurren que por ser la más sórdida solemos desconocer. Un consejo, con el permiso de mi amigo Herme Cerezo y del resto de críticos literarios de este medio, es que se hagan cuanto antes con cualquiera de los libros de Francisco González Ledesma, mi viejo amigo Silver Kane, estoy seguro que ya nunca jamás le abandonarán.

Pisando charcos
, 9 de septiembre de 2007

González Ledesma retorna al lugar del éxito con el premio RBA

Sergi Doria

Francisco González Ledesma, abogado, periodista y el autor español de novela negra más prolífico, después de Manuel Vázquez Montalbán, ha resultado ganador del I Premio Internacional de Novela Negra que la editorial RBA dota con 125.000 euros. El invento se llama «Una novela de barrio», protagonizada por otro veterano antihéroe: el irónico comisario Méndez. «Expediente Barcelona» (1983) fue la primera novela en que Méndez hizo de la ciudad un caso. Siguieron «Las calles de nuestros padres», la planetaria «Crónica sentimental en rojo», «La Dama de Cachemira», «Historia de Dios en una esquina», «El pecado o algo parecido» y esta «novela de barrio» sobre dos atracadores que mataron un niño. Méndez abandona su jubilación y su piso atestado de libros para resolver esta historia de verdugos y víctimas.
Confiesa González Ledesma que la novela no nació en la serie negra: «Trataba del amor paternal: un niño muerto y un padre que imagina cómo hubiera sido esa vida frustrada, pero reorienté la trama a lo policiaco: el niño moría en un atraco y su padre intentará vengarse».
El jurado -Soledad Puértolas, Suso de Toro, Lorenzo Silva, Antonio Lozano y Anik Lapointe- premió por unanimidad «Una historia de barrio», entre los 180 manuscritos presentados. Para Puértolas, González Ledesma condensa los ingredientes de la mejor novela negra: «El ambiente es protagonista con una intensidad poética que entronca con Chandler o Hammet».
El barrio es el Poble Sec. Allí nació y empezó a escribir con 12 años Gonzalez Ledesma, un oficio aprendido en 500 novelas del Oeste firmadas como Silver Kane y el trabajo a destajo de Bruguera. En esos años de posguerra cultivó la ironía y «cierto aliento ético de la vida para no morirme de asco». En la Transición descubrió con Vázquez Montalbán que «Barcelona era una gran novela negra». En una oscura comisaria asomaba Méndez, un policía que abomina de la ley y cuida a las putas del Barrio Chino. «Méndez es la mezcla de cuatro policías que conocí en la realidad». Gracias al comisario, González Ledesma ganó el Planeta, dos premios franceses de «polar» en Francia y este de RBA. Otro caso resuelto en el Expediente Barcelona del escritor octogenario.


ABC, 9 de septiembre de 2007

A punta de pistola

El gremi llibresc en pes es retroba en plena "rentrée" a la festa del nou premi de novel·la negra de RBA.

Eva Piquer

Què hauria de fer una cronista cultural comme il faut en el primer sarau llibresc del nou curs? Sospito que tocaria acorralar Jonathan Littell, el premi Goncourt que viu a Barcelona però no es deixa entrevistar ni que el matin, amb l'objectiu de sotmetre'l a un tercer grau. O aprofitar l'elevadíssima concentració d'autors, editors i altres espècimens paraliteraris per arrencar-los notícies fresques.
Una altra opció seria aparcar l'uniforme de feina, és a dir la llibreta i el boli, i tirar-se a la teca i el mam. "Ha corregut la veu que hi ha bon menjar", em diu l'escriptor Jordi Puntí en un intent de justificar l'èxit d'assistència a l'entrega del primer Premi Internacional de Novel·la Negra RBA. La cita és a l'aire lliure, en els jardins amb piscina de l'Hotel Joan Carles I. Un escenari tan encertat que una mica més i em torno monàrquica.
"És ell, no és el Queco!", exclama l'Eduard Voltas, secretari de Cultura de la Generalitat, així que entra en escena en Pasqual Maragall. El director general de RBA, Joaquim Palau, ja pot respirar tranquil: ha aconseguit arrossegar mitja ciutat (i part de l'estranger: la presència gironina és notable) fins allà on la Diagonal perd el seu nom. "A uns quants no els he convençut a punta de pistola, però gairebé", reconeix l'editor. El capo del Llull, Josep Bargalló, hi fica cullerada: "En un premi de novel·la negra, l'expressió a punta de pistola és prou adequada". L'exconseller en cap també vaticina que, passada la mitjanit, aquí no caldran banyadors i ens podrem llançar tots despullats a la piscina.
El guanyador de la vetllada (125.000 euros, poca broma) és Francisco González Ledesma, amb una nova novel·la del seu Ricardo Méndez, un comissari que ja li ha proporcionat cinc premis literaris. "Si mai en Méndez em demana un préstec, no tindré més remei que donar-l'hi", fa en Ledesma.
"Aquest home és un treballador nat -m'explica el periodista Joan Tàpia-. Recordo quan arribava a La Vanguardia, blasfemant contra el règim, a principis dels setanta. Venia de treballar a Bruguera, i als matins encara feia d'advocat".
En Cercas s'ha aprimat. Fa poc, ell i en Pàmies semblaven bessons univitel·lins. Avui me'ls miro mentre parlen i em veig amb cor d'identificar qui és qui. Tema de conversa: la canalla. "Pots escriure que ens agraden els nens: és un bon titular", diu en Sergi. O el Javier.
En Ferran Mascarell fa hores que volta. Me l'he trobat a un quart de nou del matí a Catalunya Ràdio, on s'estrenava com a tertulià, i potser serà dels últims a abandonar la terrassa chill out de l'hotel, on serveixen whiskys japonesos amb les riallades de la Lolita Bosch com a banda sonora.
Ara seria el moment d'atacar Jonathan Littell, sol com un mussol a la barra. Llàstima que sóc tímida i abstèmia, dues raons per les quals mai guanyaré un Pulitzer. "Tens una crònica regalada, amb aquesta festassa a Miami Beach!", m'etziba un col·lega quan jo ja em retiro.


epiquer@avui.cat


Avui, 9 de setembre de 2007

8 de set. 2007

“El inspector Méndez ya no reconoce una Barcelona que pierde identidad”

ENTREVISTA a Francisco González Ledesma, ganador del premio RBA

Rosa Maria Piñol

El inspector Méndez, ahora un +sexagenario prejubilable, le ha reportado nada menos que cinco galardones literarios a su autor, Francisco González Ledesma. El último de ellos, el flamante primer premio Internacional de Novela Negra RBA, que le fue otorgado al veterano escritor barcelonés el jueves por la noche en el marco de una fiesta organizada por la editorial convocante en el hotel Juan Carlos I. Esta vez, la aventura de Méndez, titulada Una novela de barrio, se centra en una venganza y se enmarca en una Barcelona, la de principios de los años 70, hoy notablemente transformada. González Ledesma, 80 jóvenes años, vive una etapa dorada en el panorama literario español –su último éxito ha sido La ciudad sin tiempo, firmada como Enrique Moriel– y los editores le piden nuevos libros. Atrás quedan los años en que sólo editaban sus obras en Francia.

–¿Cuándo escribió Una novela de barrio?


–Empecé esta novela hace unos diez años. Pero tardé un poco en acabarla porque no sabía cómo desarrollar la idea central.

–¿Es la historia de una venganza?

–Sí, aunque nació como un relato de amor paternal. Trata de un hombre a quien dos atracadores de un banco le matan a su hijo de tres años, que era uno de los rehenes. El padre trata entonces de reconstruir la vida del hijo, viviendo él algunos de sus episodios: visita la escuela que hubiera elegido para él, habla con sus hipotéticas compañeras de clase, acude a las discotecas que el hijo adolescente hubiera frecuentado...

–Y el relato derivó en novela negra.

–Sí. Pensé que este planteamiento inicial podía dar lugar a una historia negra de cierta intensidad: cuando, más tarde, los dos atracadores salen de la cárcel, uno de ellos quiere continuar su carrera delictiva, y al otro lo asesinan. Entonces la gente sospecha que ha sido una venganza de Miralles, el padre del niño, que por otra parte trabaja como guardaespaldas y, por ello, posee un arma.

–¿Hay mucha acción?

–La historia es muy dinámica, con mucha intriga, acción y dramatismo.

–Al recibir el premio declaró que Barcelona es como su "madre o madrastra", que le "da vida" para escribir historias. Aquí rescata imágenes de su barrio, el Poble Sec.

–Retrato la vida de barrio en unos años en que todavía había pobreza. Yo he conocido a gente que tuvo que prostituirse a causa del hambre, y eso lo he reflejado en uno de los personajes femeninos relacionados con el protagonista. Pero también doy vida a antiguos negocios de barrio, bares de jubilados...

–¿Su evocación es nostálgica?

–Sí, claro. Es una novela sentimental urbana. Yo amo los barrios de Barcelona y, en ese sentido, la obra es una novela reportaje. Intento retratar la evolución
que han sufrido esas barriadas en las últimas cuatro décadas. Describo el viejo Poble Sec, y cómo muchos tuvieron que irse de allí porque iban a derribar sus casas. A mí los cambios en la ciudad me han influido: Barcelona ha ido perdiendo su identidad, no sé si para bien o para mal. Y el inspector Méndez tampoco acaba de reconocer el nuevo paisaje urbano.

–¿Recrea hechos históricos de los años 70 como telón de fondo?

–No hechos concretos, sino más bien el clima general de la ciudad, la vida en los barrios, la inmigración, las jubilaciones anticipadas...

–Las historias del inspector Méndez le han dado suerte con los premios.

–Pues sí. Me han dado ya cinco premios: el Planeta, dos Prix Mystère franceses (que la crítica otorga a la mejor novela policiaca extranjera), el segundo de ellos por Cinco mujeres y media. También obtuve el Hammett y, ahora, el primer premio RBA.

–Un nuevo galardón, internacional, que ha recaído en un veterano como usted, un valor seguro. ¿Eso quiere decir que no había escritores más jóvenes que le pudieran hacer sombra?

–Eso no puedo responderlo. Sólo sé que RBA vio que la novela negra de tipo social tiene una importancia literaria y comercial, y quiso hacer un gran lanzamiento, a nivel internacional. Han concursado muchos autores norteamericanos y me han dicho que había nombres consagrados. Pero, en fin, parece que mi novela les gustó mucho.

–¿Piensa continuar con Méndez?

–Sí, porque me permite recrear experiencias que he vivido como abogado criminalista y como periodista. De momento, el mes que viene Destino publica mi libro Sombras viejas, cuyo protagonista es Enrique Moriel, el seudónimo que utilicé para firmar La ciudad sin tiempo.

–Al fin puede ver publicada aquí su primera novela.

–Sí. Fue la que ganó el premio Internacional de Novela de 1948, cuyo jurado presidía Somerset Maugham. Pero la censura la prohibió. Sólo se había publicado en Francia.


La Vanguardia
, 8 de septiembre de 2007

Memoria de Barcelona

Rosa Mora

Francisco González Ledesma guarda la memoria de una Barcelona que ya no existe, la misma que compartió con Manuel Vázquez Montalbán y Terenci Moix, y que recuerda ahora con Maruja Torres. Una Barcelona cuya frontera norte era la plaza de Catalunya, y al sur, el mar, el barrio chino, el Poble Sec, donde nació, y que fue construido en parte sobre material de derribo de la Exposición Universal de 1929; la falda de Montjuïc, donde de niño aprendió a vivir y sobrevivir en la guerra y la posguerra.
Ahora, ese paisaje ha cambiado y la ordenación urbanística del Raval ha dado un giro copernicano a aquellos barrios canallas. A menudo se observa cierta nostalgia en las novelas de González Ledesma y el propio inspector Méndez, su afortunada creación, se pierde en la modernidad. Lo cierto es que, entre el pasado y el presente, su obsesión es Barcelona, la verdadera protagonista de buena parte de sus libros. Sobre todo de Historias de mis calles, sus estupendas memorias; o de Expediente Barcelona (1983, recientemente recuperada por La Factoría de Ideas), en cuya página 134 apareció por primera vez, como personaje secundario, Ricardo Méndez. Méndez nació como policía de la siniestra Brigada Criminal franquista, pero muy pronto se convirtió en un viejo perdedor que prefiere la justicia de la calle a la de los tribunales. Nueve libros, novelas y relatos después, Méndez sigue siendo un tipo entrañable.

El País
, 8 de septiembre de 2007

"En España todavía falta cultura lectora para la novela negra"

ENTREVISTA: Francisco González Ledesma Escritor

Carles Geli

La mirada infantil seducida por el cine de barrio; las historias contadas a los compañeros de escuela para poder ganarse la merienda y el "aprendizaje perro" de tener que escribir bajo el seudónimo de Silver Kane una novelita de vaqueros cada semana ("Pura intuición, no había tiempo para planificar argumentos ni personajes") salvaron de la miseria primero y forjaron los fundamentos literarios después del escritor y periodista Francisco González Ledesma (Barcelona, 1927), uno de los padres de la novela negra española.
La noche del jueves, con Una novela de barrio, el veterano escritor obtuvo el primer Premio Internacional de Novela Negra RBA, el mejor dotado del género en el mundo con 125.000 euros. El galardón es la culminación de un reconocimiento ratificado en los dos últimos años con la reedición de su obra en bolsillo (Booket), la concesión del primer premio Carvalho (2005) y su actual éxito, La ciudad sin tiempo (unos 80.000 ejemplares), a pesar de estar firmada bajo el pseudónimo de Enrique Moriel, protagonista de su primera obra, Sombras viejas, que la censura franquista dejó inédita y que en octubre recuperará Destino. El inspector Ricardo Méndez y la Barcelona más humilde marcada por la posguerra sustentan la mayor parte de la obra de González Ledesma, y también la novela ganadora, que arranca con el cadáver de uno de los dos atracadores de un banco en los años setenta en el que murió un niño que era rehén. Pero Méndez y Barcelona pueden sustituirse, siempre, por el propio autor, por gente solidaria y humilde que cree aún en la otra gente y que vive en los escasos barrios de las hoy ciudades de diseño donde se puede rastrear el factor humano.


Pregunta. Con Una novela de barrio, Méndez le ha dado ya cinco premios, dos en Francia, en nueve obras. ¿Qué tiene Méndez?

Respuesta. Méndez me devolvió al género durante la Transición, cuando España era una inmensa novela negra: aún hoy no sabemos bien quién estaba detrás del golpe de Tejero; Adolfo Suárez me dijo una vez que había hasta un banco... Méndez es sobre todo humano: detiene a un comunista pero es capaz de preocuparse por su familia. Uno está marcado por las emociones de niño; en las escaleras de los barrios humildes, repletas de solidaridad y sufrimiento, donde los hijos eran de todas las madres, debías creer en la gente a la fuerza. Todo eso que viví (y las experiencias de cuatro polícias que traté) está trasladado a Méndez.

P. Pero en él hay tanta nostalgia como ironía.

R. Esa ironía es también típica de los barrios obreros como lo era mí Poble Sec: o te lo tomabas así o mejor morirse. Luego está mi paso por el periodismo, gran academia de cinismo; sólo me faltó ser abogado, para ni creerme la ley.

P. ¿A qué atribuye su éxito?

R. La clave está en que nunca he dejado de trabajar. Sí, sí, en eso. La gente decía con orgullo en mi barrio: "Yo soy un trabajador". Escribo desde los 12 años. A los 17 acabé Sombras viejas, que presenté al premio Nadal de 1946... Esa novela tiene la virtud de la autenticidad como ninguna más de las mías ha tenido. En fin, he escrito casi 500 obras de quiosco y he roto muchas novelas. Si ir más lejos, La ciudad sin tiempo, dos veces. Y de esta ganadora, una versión también. Otras, ni las he publicado.

P. Tiene un millón de referencias en Internet, en Francia es reverenciado, pero no sale ni citado en los compendios de la literatura española más recientes.

R. Sigo mi destino; sufrí un silencio administrativo grande cuando el franqusimo. También es cierto que me han tumbado novelas, incluso tras ganar el Planeta [Crónica sentimental en rojo, 1984]. Y luego hay que recordar que aquí la novela negra está considerada de segunda categoría.

P. ¿Cómo explica la actual eclosión de lo policiaco en España?

R. La novela negra es el mejor género para explicar una realidad social. La Transición fue un gran olvido. Quizá por suerte, porque llevado de otra forma igual hubiera sido una gran tragedia. El precio, claro, ha sido ese olvido. De alguna manera hemos intentado explicar algunos de esos olvidos.

P. ¿La novela negra como guardiana de la memoria?

R. Si, por esa función que he dicho antes. y porque los otros géneros no lo han abordado. Por eso el franquismo casi acabó con ella: no se podía permitir novelas cargadas de adulterios, jueces y policías corruptos... Eso explica el vacío de tantos años; no había ni autores. Por ello nos falta aún cultura, tradición lectora de novela negra, en especial de autores españoles. Ahora empieza a haber un público.

P. El jurado destacó el ambiente nostálgico que destila su obra. ¿De esa posguerra, de qué se puede tener nostalgia?

R. De la juventud, por cabrona que sea, si lo superas con dignidad. Y del espíritu de complicidad y de lucha por grandes ideales. Se batía uno por una bandera, por un muerto... Hoy se lucha por tener piso; lo entiendo porque es la vida, pero eso no despierta la nostalgia.

P. De esa área de medio kilómetro del centro de Barcelona han salido cuatro premios Planeta: usted, Manuel Vázquez Montalbán, Terenci Moix y Maruja Torres.

R. Éramos de familias pobres. Veíamos pasar hambre real, cómo la esposa esperaba al marido en la escalera con la paga para salir corriendo a comprar, eso si no tenía que prostituirse. Si cuentas eso, o eres auténtico o no eres nada.

P. ¿Qué tal lleva la remodelación de esos barrios?

R. Me siento expulsado de ahí: ya no reconozco esas calles, muy remodeladas, con espacios desaparecidos y gentes de otros países. Es lógico que sea así. Pero de este modo hay un tipo de memoria que corre peligro. De algo de eso hablo también en la novela ganadora.

P. Méndez aún camina por el barrio, por lo visto.

R. No, no se jubila, ya le tengo pensada otra aventura, pero primero tengo que acabar una novela que no es del género.

P. Y del género, ¿qué lee?

R. Los clásicos americanos y Simenon, mis referentes. De aquí sólo citaré a Vázquez Montalbán, porque ya no está, pero hay dos o tres muy interesantes ahora.

P. ¿Y al superventas Henning Mankell, no?

R. Eso de ir soltando pistas lentamente mientras uno desayuna, esas calles heladas... No puedo, tiene un punto forzado que no me lo hace creíble, no parece ser verdad. Y para mí eso es fundamental.

El País, 8 de septiembre de 2007

7 de set. 2007

El Inspector Méndez regresa a las calles con un galardón

González Ledesma se lleva el I Premio Internacional de Novela Negra RBA con 'Una novela de barrio', séptimo caso del sabueso

Matías Néspolo

BARCELONA.- En 1983, con Expediente Barcelona, ya estaba a punto de retirarse. Sin embargo, 14 años después sigue en plena forma.El Inspector Méndez ya se ha jubilado, pero sigue recorriendo las calles de Raval barcelonés y continúa resolviendo casos con sus métodos poco ortodoxos.
De sus últimas pesquisas resulta Una novela de barrio que se traduce en un nuevo premio para su creador, Francisco González Ledesma. Y ya van cuatro. Paco, como llaman los amigos al veterano maestro del género negro, ha ganado con Méndez el Premio Planeta en 1984 por Crónica sentimental en rojo y el premio de la crítica francesa en dos oportunidades. Galardones a los que ahora se suma el I Premio Internacional de Novela Negra RBA. «El día que Méndez quiera cobrarme, no le voy a poder pagar», bromeaba ayer González Ledesma, momentos antes de la ceremonia de entrega.
Y con respecto a la veteranía de su héroe reconoció que «Méndez está en articulo mortis», pero como «tiene la enfermedad de nosotros los periodistas, aunque se haga viejo, sigue en activo», afirmó el doble del escritor Enrique Moriel, seudónimo con el que González Ledesma arrasó el pasado Sant Jordi con la novela histórica La ciudad sin tiempo.
La premiada Una novela de barrio, séptima entrega de su descreído sabueso, narra la historia de una venganza. El conocido maleante Omedes muere asesinado. Su colega de viejas andanzas -un atraco a un banco en los años setenta, del que un niño de corta edad resultó muerto-, que se hace llamar Erasmus, teme la represalia del padre de aquella víctima: David Miralles. Erasmus se anticipa al golpe y Méndez entra en escena para detener la espiral de violencia que se desata. Su investigación revelará, en un sorprendente giro final, que las cosas no son tan simples como parecen. Pero «que nadie se llame a engaño. Hay un niño muerto y un padre que quiere venganza, pero esto no significa que él finalmente se vengue», aclaró González Ledesma como un aviso de navegantes para sus lectores, «porque detrás de todo hay otra historia de amor y lealtad».
De hecho, el otrora prolífico autor de novelas del Oeste bajo el seudónimo de Silver Kane comenzó esta obra no como un policial, «sino como una historia de amor paternal en la que el padre intenta reconstruir hipotéticamente la vida de su hijo desaparecido».
Como en sus memorias Historias de mis calles, la verdadera protagonista de esta novela es la Barcelona proletaria, marginal y represaliada que González Ledesma rescata de la transformación urbana.
Como Méndez, el escritor ya no reconoce el barrio Chino de su infancia, el que compartía junto Manuel Vázquez Montalbán.
«La patria es la pared contra la cual de niños hemos meado», recuerda que le dijo un día el creador de Pepe Carvalho, y González Ledesma aún hoy lo cree. De allí la nostalgia. «La geografía humana y el paisaje urbano están cambiando. Está naciendo otra Barcelona, no sé si más o menos digna, pero completamente nueva», afirmó el escritor.
González Ledesma repasa en Una novela de barrio los bajos fondos y el crimen de esa nueva Barcelona «con una mirada en la que predomina la piedad y eso hace la hace tierna», señaló Soledad Puértolas, miembro del jurado, junto a Suso de Toro, Lorenzo Silva, Antonio Lozano y Anik Lapointe, que le concedió el premio por unanimidad.
El autor de Sombras viejas recibe en consecuencia el monto de 125.000 euros. Se trata del premio de novela negra mejor dotado del mundo. Toda una apuesta por el género del grupo RBA.


El Mundo
, 7 de septiembre de 2007

Francisco González Ledesma guanya el premi de novel·la negra RBA

Recupera el policia Méndez a «Una novela de barrio», la història d'una venjança

Xavi Aguilar

Francisco González Ledesma és el primer guanyador del Premi Internacional de Novel·la Negra RBA, que es va lliurar ahir a la nit en una gala en un conegut hotel de Barcelona. Entre gairebé 200 obres presentades, el jurat va premiar Una novela de barrio, la «història d'una venjança» que permet al veterà escriptor barceloní recuperar l'inspector de policia Ricardo Méndez, amb el qual ja havia guanyat altres premis. «Si mai em demana diners, no li podré dir que no», va fer broma l'autor.

Amb aquest guardó, dotat amb 125.000 euros, el policia creat per González Ledesma (Barcelona, 1927) guanya el seu quart premi, ja que també va aconseguir el Planeta amb Crónica sentimental en rojo (1984) i el Premi Mystère francès amb La dama de Cachemira (1989) i Cinco mujeres y media (2007).
Una novela de barrio, que l'autor va presentar amb el pseudònim de Paco Miralles, narra una història de venjança. Als anys 70, dos lladres atraquen un banc i en la fugida maten un ostatge, un nen de pocs anys. En la Barcelona de l'actualitat, un dels atracadors mor assassinat i l'altre, que intueix que serà el següent, intenta evitar-ho i matar aquell que creu que és el venjador, el pare del menor.
Soledad Puértolas, en representació del jurat que també integraven Suso de Toro, Lorenzo Silva, Antonio Lozano i Anik Lapointe, va destacar ahir que l'obra guanyadora «té un to àgil que t'atrapa, però alhora moments en què el temps s'atura i hi ha una gran intensitat poètica». L'escriptora va lloar la capacitat de González Ledesma de captar els ambients de la Barcelona de barri, un aspecte sobre el qual l'autor també va insistir: «Aquesta és una novel·la de policies, però també de barri. D'aquí el títol. Jo vaig créixer al Poble Sec, un barri de gent humil, republicana i represaliada que d'alguna manera m'ha marcat i es reflecteix a la meva obra.»
González Ledesma va avançar que la novel·la «és molt més que la història d'una venjança», ja que a banda de la trama criminal, també mostra la reconstrucció del que hauria esta la vida del nen desaparegut a l'atracament (aquesta, de fet, va ser la idea original que va donar lloc al llibre) i recrea la prostitució i les cases de cites d'un temps enrere.
Una novela de barrio, que es publicarà a mitjan novembre, manté l'humor àcid, la ironia i el ritme viu, amb frases curtes, habitual dels llibres de gènere de González Ledesma.
Pel que fa a la salut del personatge principal, l'escriptor va admetre que Méndez (una combinació de quatre policies reals que González Ledesma va conèixer) ja tenia ganes de deixar la professió fa més de vint anys, però tot i amb això va assegurar que obligarà l'inspector, amb qui comparteix la falta de fe en la justícia dels tribunals, a treballar en alguns casos més.


El Punt, 7 de setembre de 2007

Nou premi per a González Ledesma

Telenoticies

Francisco González Ledesma és el guanyador del Premi Internacional de Novel·la Negra RBA, el més ben dotat d'aquest gènere. L'obra es titula "Una novela de barrio" i és una nova aventura del seu famós inspector Méndez, amb...

TV3, 7 de setembre de 2007

http://www.tv3.cat/3alacarta/video.htm?ID=12239&CAT_ID=tvcat

González Ledesma gana el Premio de Novela Negra RBA

El autor barcelonés recupera al policía Méndez en 'Una novela de barrio"

125.000 euros convierten el nuevo galardón en el mejor dotado de su género


Elena Hevia

El año que corre, el mismo en el que ha cumplido los 80, ha sido particularmente generoso con Francisco González Ledesma. Sin acabar de reponerse del éxito de ventas de La ciudad sin tiempo, embozado allí bajo el seudónimo de Enrique Moriel, ayer recibió el recién inaugurado Premio Internacional de Novela Negra RBA, que conlleva 125.000 euros y el récord editorial de ser el premio mejor dotado en su género.Y lo hizo con sus armas habituales, una novela policiaca ambientada en Barcelona y con su policía de siempre, Méndez, que ha rebasado ampliamente la edad de la jubilación pero sigue en la brecha. Una novela de barrio es la historia de una venganza, la que se desata tras la muerte accidental de un niño en los años 70 en una espiral de violencia que llevará la acción hasta nuestros días. "Esta obra explora el amor familiar. De cómo un padre que ha perdido a su hijo intenta reconstruir la vida que este habría podido vivir".
Ayer el escritor barcelonés bromeaba con la circunstancia que le obligaría a no poder negarle dinero a Méndez, caso de que se lo pidiera, ya que este le ha hecho ganar cuatro premios, entre ellos el Planeta con Crónica sentimental en rojo en 1984. "Ahora Méndez ha cambiado su incómoda vivienda del Barrio Chino, en el trastero de un bar de mala muerte, por un pequeño pisito frente a las Drassanes, donde los libros amenazan por salir por la ventana".


MINGITORIO SENTIMENTAL

El recuerdo de su desaparecido amigo, Manuel Vázquez Montalbán, otro gran cronista de los barrios barceloneses, le lleva a evocar aquella frase que tanto le gustaba a aquel: "La patria es la pared contra la que meamos de niños". La de González Ledesma está en Poble Sec, el barrio en el que nació y un lugar por el que le gusta pasear cuando está deprimido. "Mis novelas se han nutrido de las pequeñas y tristes historias de barrio, de los obreros que luchaban por sacar adelante a sus familias y de las mujeres honradas que por las tardes se veían obligadas a prostituirse".
El autor constata las transformaciones en el paisaje con un dejo nostálgico: "Con Serrat, además de la amistad, compartimos barrio, y solemos hablar de los cambios de nuestra ciudad. Todo me lo han cambiado, el Barrio Chino ya no se llama así, las calles que conocía ya no están, en la comisaría ya no hay policías sino mossos d'esquadra y mis obreros y meuques han cedido el paso a los emigrantes".

El Periódico, 7 de septiembre de 2007

Gonzalez Ledesma guanya el primer Premi de Novela Negra RBA

Isabel Fernández

"Barcelona és la meva mare i la meva madrastra". Així rebia un emocionat Francisco González Ledesma, als jardins de l'Hotel Juan Carlos I, la primera edició del Premi Internacional de Novela Negra RBA. Amb 125.000 euros, aquest és el guardó del seu gènere millor dotat del món. Escollida entre un total de 180 obres, Una novela de barrio "és l'aventura interior d'un pare que vol reconstruir la vida del seu fill mort". Per arribar a aquest objectiu, Gonzalez Ledesma s'ha servit del seu vell personatge, Méndez, que una vegada més, es retroba amb la seva ciutat i el seu barri, el Poble-Sec.

El director general de RBA libros, Joaquim Palau i Anik Lapointe, directora editorial, han explicat que la raó de ser d'aquest nou premi és la consolidació de l'editorial com especialista i líder del gènere negre. "Tot grup editorial de prestigi té un premi de novel·la, i nosaltres hem triat la temàtica amb la que tenim més experiència i una trajectòria reconeguda"-explica Palau. A partir d'ara, el premi es convocarà de forma anual i amb una clara vocació internacional.
L'obra guanyadora s'ha hagut de batre amb 180 manuscrits arribats de tota Espanya, diferents països d'Amèrica Llatina i els Estats Units. El fet que només hi pugui haver un guanyador, permet als convocants donar la quantitat més alta de tots els premis de novel·la negra del món. El jurat, format per Soledad Puértolas, Suso de Toro, Lorenzo Silva, Antonio Lozano i Anik Lapointe han donat els 125.000 euros a l'autor d'Una novela de barrio perquè, tal i com diu Lorenzo Silva, van descobrir entre totes les obres, al "millor González Ledesma" que han llegit mai. Silva creu que a Una novela de barrio, "la mirada de Méndez (personatge mític de Ledesma) és més humana, i destaquen una galeria de personatges excepcionals, "com Miralles o Mabel".
Una historia sobre la venjança i una Barcelona diferent Gonzalez Ledesma explica que porta 20 anys amb aquesta novel·la, "l'he trencat dues vegades i l'he tornat a escriure dues vegades més". Finalment, ha sortit una historia centrada en un drama interior. Dos lladres atraquen un banc als anys 70 i en la seva fugida maten un dels seus hostatges, un nen de poc anys. Ja situats en el 2007 i amb Barcelona com a escenari, el pare del nen (David Miralles) intentarà venjar-se. Es destapa una inevitable espiral de violència i un singular policia (Méndez), ja mig jubilat i amb mètodes poc ortodoxes, intervindrà de manera decisiva per resoldre el cas.
Per sobre de la trepidant història, per Ledesma, Una novela de barrio vol mostrar la mirada d'un sorprès policía que no reconeix als nous personatges que ara poblen la seva ciutat de sempre. "A Méndez li passa com a mi -diu l'escriptor- que em poso davant d'El Molino i ja no veig a la gent catalana de sempre, ara em trobo amb una altra gent que ha vingut d'altres països i expliquen altres coses". Francisco Gonzàlez Ledesma explica que, a vegades, no reconeix la seva Barcelona de sempre, però la continua estimant igual.

La Malla, 7 de setembre de 2007

Francisco González Ledesma, I Premio Internacional de Novela Negra RBA

Con 'Una novela de barrio'

Ya lo escribió Quevedo: "quien deja vivo al ofendido ha de temer venganza". Ésta es la síntesis de la razón vital de 'Una novela de barrio', el trabajo que ha merecido el I premio Interencaionl de Novela Negra RBA. Obra de Francisco González Ledesma, la trama nos adentra en una ciudad habitada por la nostalgia de unos tiempos en que los barrios eran barrios, destruida por la especulación del suelo e invadida por inmigrantes, una ciudad en vías de perder sus señas de identidad.

Esther Peñas

'Una novela de barrio' es, en síntesis, una historia de venganza. Dos ladrones atracan un banco en los años setenta y, en su huida, matan a un rehén, un niño de corta edad. La novela empieza cuando, en la actualidad, y con Barcelona como escenario, uno de los atracadores muere asesinado. El que queda vivo, sabiéndose el siguiente, tratará de adelantarse y matar a quien, sin duda, debe ser el vengador: David Miralles, el padre del niño muerto durante el atraco al banco. La intervención de un singular policía, Méndez, medio jubilado y bastante poco ortodoxo, será decisiva para resolver el caso.
Esta es la trama que ha seducido al jurado del I Premio Internacional de Novela Negra RBA, compuesto por Lorenzo Silva, Soledad Puértolas, Suso de Toro, Antonio Lozano y Anik Lapointe, que tiene una dotación de 125.000 euros.
González Ledesma (Barcelona, 1927) se inició en el periodismo a través de 'El correo catalán', y acabó siendo redactor jefe de 'La Vanguardia'. En 1983 resulta finalista del Premio Blasco Ibáñez con 'Expediente Barcelona', la primera de sus novelas en las que aparece el Inspector Méndez. En 1984 obtiene el Premio Planeta con 'Crónica sentimental en rojo'.
Su novela 'Expediente Barcelona' fue traducida y publicada por la prestigiosa editorial francesa Gallimard, y le supuso un prestigio y un éxito editorial en Francia muy superior al que goza en España. En dos ocasiones ha obtenido el premio Mystère a la mejor novela extranjera publicada en Francia. Bajo pseudónimo (Enrique Moriel) ha escrito recientemente 'La ciudad sin tiempo'.

Quince Días
, 7 de septiembre de 2007

González Ledesma gana el Premio de Novela Negra con su texto 'Una novela de barrio'

Europa Press

El veterano escritor barcelonés Francisco González Ledesma ganó por unanimidad el primer Premio Internacional de Novela Negra RBA, dotado con 125.000 euros y fallado anoche en Barcelona, con el libro 'Una novela de barrio', en el que el autor recupera al inspector Ricardo Méndez.
Con este nuevo galardón, el entrañable policía creado por González Ledesma (Barcelona, 1927) gana su cuarto premio, ya que también consiguió el Premio Planeta con 'Crónica sentimental en rojo' y el Premio Mystère francés con 'La dama de Cachemira'. En el 2005 recibió el primer Premio Pepe Carvalho en reconocimiento a su trayectoria en la novela negra.
La obra, que el autor presentó bajo el seudónimo de Paco Miralles, narra una historia de venganza. Dos ladrones atracan un banco en los años setenta y, en su huida, matan a un rehén, un menor. Años después, uno de los atracadores muere asesinado y el otro, intenta adelantarse y matar al que cree el vengador, el padre del menor. Mantiene la ironía y el estilo ágil y depurado de la serie de Méndez.

El Norte de Castilla
, 7 de septiembre de 2007

Ledesma rep el nou premi de novel·la negra

Redacció

L'escriptor Francisco González Ledesma (Barcelona, 1927) va guanyar ahir la primera edició del Premi Internacional de Novel·la Negra RBA, dotat amb 125.000 euros, amb una nova entrega del seu personatge més popular, el comissari Ricardo Méndez. L'obra guanyadora, Una novela de barrio, es publicarà a mitjans de novembre.
El comissari Méndez ja ha proporcionat a Ledesma quatre grans premis: el Planeta, dues vegades el de la crítica francesa i aquest nou guardó del grup RBA.

Avui, 7 de setembre de 2007

Francisco González Ledesma, primer premio Internacional de Novela Negra RBA

C. Geli

"Si me pide dinero, es evidente que se lo tendré que dejar", aseguró el escritor Francisco González Ledesma en referencia a su personaje-fetiche, el policía Méndez, protagonista de Una novela de barrio, que ha proporcionado al autor el primer Premio Internacional de Novela Negra RBA, fallado ayer en Barcelona, y que con sus 125.000 euros es el mejor dotado del mundo en su género. "Es una historia de venganza, pero también de las miserias que me tocaron ver y vivir de niño en el barrio", apuntó el ganador. La trama arranca cuando uno de los dos ladrones que atracaron un banco en los años sesenta, y durante el cual falleció un niño, es hallado muerto.
Un medio jubilado Méndez (que con sus seis anteriores aventuras ha proporcionado ya cuatro premios a su creador) intervendrá en el caso. La novela, de la que se editarán 40.000 ejemplares, aparecerá a mediados de noviembre.

El País, 7 de septiembre de 2007

6 de set. 2007

Francisco González Ledesma guanya el primer Premi Internacional de Novel·la Negra RBA

BARCELONA, 6 de setembre (EUROPA PRESS)

El veterà escriptor barceloní Francisco González Ledesma ha guanyat per unanimitat el primer Premi Internacional de Novel·la Negra RBA, dotat amb 125.000 euros i decidit aquesta nit a Barcelona, amb el llibre 'Una novela de barrio' en què l'autor recupera l'inspector Ricardo Méndez.
Amb aquest nou guardó, l'entranyable policia creat per González Ledesma (Barcelona, 1927) guanya el seu quart premi, ja que també va aconseguir el Premi Planeta amb 'Crónica sentimental en rojo' i el Premi Mystère francès amb 'La dama de Cachemira'. El 2005 va rebre el primer Premi Pepe Carvalho en reconeixement a la seva trajectòria en la novel·la negra.
'Una novela de barrio', que l'autor va presentar sota el pseudònim de Paco Miralles, narra una història de venjança. Dos lladres atraquen un banc als anys 70 i, en la seva fuga, maten un ostatge, un menor. Anys després, un dels atracadors mor assassinat i l'altre, intenta avançar-se i matar qui creu el venjador, el pare del menor.
A la novel·la, González Ledesma manté la ironia i l'estil àgil i depurat de la sèrie de Méndez, que l'ha definit com "una novel·la de barri" que reconstrueix la vella Barcelona i que tracta tant de la venjança com de la pietat.

Europa Press
, 6 de septiembre de 2007

González Ledesma gana primer Premio Novela Negra RBA

El escritor barcelonés Francisco González Ledesma ha ganado hoy la primera edición del premio por una nueva entrega de su personaje más popular, el comisario Méndez.

ADN.es
Una novela de barrio, presentada a concurso bajo el seudónimo de Paco Miralles, tiene como punto de partida un suceso ambientado en el pasado, en los años 70, cuando dos ladrones atracan un banco y en su huida matan a un rehén, un niño de corta edad.
La acción narrativa comienza en la Barcelona actual, en la que uno de los atracadores muere asesinado, mientras el otro, temiendo por su vida, decide adelantarse y matar al seguro vengador, el padre del niño muerto.
En esta espiral de violencia irrumpe el singular policía, Méndez, medio jubilado y de métodos poco ortodoxos, que con su intervención decisiva resolverá el caso.

Un Mendez perfecto

En el texto ganador del RBA de novela negra se encuentran muchos de los ingredientes habituales de los libros de género de González Ledesma: humor ácido, frases cortas, fugaces puntos y aparte, diálogos y descripciones justas y, en palabras de la portavoz del jurado, Soledad Puértolas, "un estilo muy depurado, ágil y fluido".
Para Puértolas, el acierto de esta novela, que suscitó "la total unanimidad del jurado", es su capacidad para "recoger unos ambientes de la ciudad, hasta el punto de que la Barcelona que aparece en el libro es casi un personaje protagonista más". La escritora ha calificado la obra de "nuevo costumbrismo".
Puértolas ha elogiado también la capacidad del ganador para presentar un ramillete de "personajes muy bien dibujados", así como de salpicar el texto con "momentos en los que el tiempo se detiene por instantes poéticos".
"Una novela de barrio -añade- confirma asimismo el estatus ganado por Barcelona como ciudad literaria, en este caso una ciudad alejada de la postal turística y cultural, en la que el foco se detiene en los barrios tradicionales".

Nostalgia de un barrio que ya no es lo que era

González Ledesma no puede evitar un cierto tono de nostalgia cuando asegura: "La geografía de mi barrio, el Poble Sec -tantas veces compartido con Joan Manuel Serrat-, es hoy muy diferente, también lo es el barrio chino, que ha perdido incluso su nombre".
También ha cambiado la geografía humana: "Antes al frente de los bares estaban vascos, gallegos, andaluces o catalanes; ahora hay más inmigrantes en el barrio, supermercados indios, latinoamericanos y se está desarrollando una nueva cultura de barrio", agrega el escritor y periodista.
En relación con el tono irónico que atraviesa la novela, el autor comenta: "El humor, habitual en mis novelas, era una forma de supervivencia en la España del franquismo, pero también una consecuencia directa de mi profesión periodística, un auténtica academia de la ironía y el cinismo".
González Ledesma ha exhibido con orgullo que su comisario Méndez le ha proporcionado con el RBA cuatro grandes premios, el Planeta y en dos ocasiones el premio de la Crítica francesa. Éste está dotado con 125.000 euros.

Pata Negra

Desde que publicó el primer libro de la serie en 1983, "Expediente Barcelona", el comisario Méndez ha asomado en las páginas de otros seis libros: "Las calles de nuestros padres", "Crónica sentimental en rojo" (Premio Planeta), "La dama de Cachemira", "Historia de Dios en un esquina", "El pecado o algo parecido" y ahora en "Una novela de barrio".

ADN, 6 de septiembre de 2007

3 de set. 2007

La editorial Destino recupera una obra de Francisco González Ledesma, prohibida por la censura franquista

La editorial Destino recuperará en octubre la novela 'Sombras viejas', de Francisco González Ledesma, una obra sobre el alcance del amor que fue prohibida por la censura inédita y que ahora se publica por primera vez en España.

Europa Press

Esta novela de González Ledesma (Barcelona, 1927) la protagoniza Enrique Moriel, seudónimo con el que ha firmado su último libro, el exitoso 'La ciudad sin tiempo'. El libro ganó el Premio Internacional José Janés en 1948, presidido por Somerset Maugham.
En la Barcelona de los años 30, Paulina, una joven de radiante belleza y de familia pobre, entra en casa del burgués Ismael Leonardo como señorita de compañía de su díscola hija Nora. Otro joven humilde y soñador, Enrique Moriel, trabaja como preceptor de Nora a cambio de que los Leonardo costeen sus estudios en la universidad.
La atracción entre Paulina y Enrique se concentrará en paseos y confidencias, y desembocará en una relación apasionada. Frente al amor incondicional de la muchacha, la personalidad compleja de Moriel y la llamada del ideal colectivo en los tiempos convulsos que se avecinan se convertirán en un desafío para sus sentimientos.
González Ledesma publicó a partir de los años 50 numerosas novelas de aventuras del Oeste bajo el seudónimo de Silver Kane. Se dedicó a la abogacía y más tarde al periodismo, llegando a ser redactor jefe de 'La Vanguardia'.
El escritor recibió en 1984 el Premio Planeta por 'Crónica sentimental en rojo', protagonizada por el policía Méndez, del cual creó una serie policiaca. González Ledesma recibió en 2005 el primer Premio Pepe Carvalho en reconocimiento a su trayectoria como autor de novela negra.


La Opinión de Murcia
, 3 de septiembre de 2007

1 de set. 2007

Méndez

José Andrés Espelt

Mientras hablaba con Francisco González Ledesma, insistió claramente en una cosa: Méndez es una serie de veintidós relatos del inspector, y sólo de él...
Y aquí nos encontramos la grandeza, la ternura, la humildad y la melancolía de lo que fueron los recuerdos y lo que son en la actualidad.
El viejo inspector, con su mente gastada pero clara, nos da la lección más importante y humana de la vida. Lo que en sus días fueron chorizos, putas, madames, ladronzuelos de poca monta, van apareciendo como almas sin pena por la Barcelona Moderna.
De la misma ciudad, nos invaden los recuerdos, Méndez no está fracasado, olvidado, y tronado, está en sus cabales. En nuestro corazón.
Publicadas en Francia, estas historias inéditas nos traladarán a muchos en un túnel del tiempo, en el que los valores prevalecerán sobre cualquier ley.
Cuando empiezas con "La soledad" y acabas con "El ladrón de recuerdos", te das cuenta de que este libro siempre estará a tu lado, porque en cualquier momento puedes releer una fabulosa y pintoresca visión del viejo Inspector con mayúsculas Méndez.
Una lectura imprescindible para tiempos difíciles.
Méndez
Francisco González Ledesma
Almuzara (Tapa Negra), 2006

Gangsterera, 8, septiembre 2007